O Brasil está
envelhecendo mais rápido do que os outros países, afirma estudo da Organização
Mundial da Saúde. Atualmente, 12,5% da população nacional é composta por idosos
- mas, até 2050, essa porcentagem deve saltar para 30%. A partir destes
números, pode-se afirmar que a odontogeriatria é uma especialidade em expansão.
Problemas bucais
mais frequentes na terceira idade
Abaixo, o cirurgião-dentista Fernando Brunetti Montenegro, membro da ABO e coordenador odontológico da Casa dos Velhinhos Ondina Lobo, enumera alguns dos problemas bucais mais diagnosticados na terceira idade:
• Periodontais: gengiva e osso de suporte;
• Cáries: especialmente interproximais e de raiz;
• Negligência no cuidado e na substituição periódica das próteses;
• Mau hálito e implicações estéticas, como dentes quebrados ou ausentes: estes quadros tendem a afastar o idoso do convívio social;
• Sinais de câncer na cavidade bucal: geralmente, como metástase de outros pontos do corpo.
Entenda a
hiposalivação e suas consequências
Os números impressionam: alguns idosos chegam a ingerir até 20 medicamentos por dia para tratar problemas de saúde como diabetes, hipertensão, reumatismo e doenças cardíacas. Segundo Montenegro, a combinação de tantos fármacos - e seus efeitos colaterais - tende a causar prejuízos à saúde bucal.
A hiposalivação fisiológica acomete todos os idosos, devido ao fato de eles ingerirem menos alimentos do que pessoas mais jovens. É uma adaptação do corpo a uma situação clínica. Mas, quando combinada à hiposalivação causada por medicamentos, o resultado é uma crítica redução do fluxo salivar.
Problemas
decorrentes
As consequências podem incluir até mesmo um quadro de anemia: com a boca mais seca, a prótese dentária pode se soltar, levando o paciente a mudar drasticamente sua dieta.
É preocupante, ainda, a reinfecção pulmonar em casos de pneumonia. Ao tossir, as bactérias dos pulmões devem sair pela boca. Porém, devido à hiposalivação, estes microrganismos podem se alojar na parte posterior da língua, que já apresentava um alto número de bactérias.
O baixo fluxo salivar intensifica os riscos de aparecimento de cáries. Já as mucosas, quando ressecadas, tornam o uso de próteses mais doloroso, devido à falta da película de saliva para amenizar a fricção contra o tecido. A digestão também é comprometida, pois os alimentos são mastigados com menor eficácia.
Má higiene bucal
pode levar ao diabetes e à hipertensão
Muitos idosos notam que não conseguem sentir o gosto dos alimentos e, assim, colocam mais açúcar e sal nas receitas que preparam. O resultado são casos de diabetes e hipertensão que poderiam ser evitados com cuidados simples.
Além de utilizar a escova de dentes e o fio dental, é preciso ter em mãos um limpador lingual de plástico, que alcança regiões mais difíceis. Desta forma, as papilas gustativas trabalham melhor e têm uma percepção mais apurada dos sabores.
Cuidadores são elementos
indispensáveis à odontogeriatria
Algumas pessoas com mais idade têm mais dificuldade para compreender e assimilar as orientações que os odontogeriatras transmitem. Para resolver esta questão, os cuidadores se tornam elementos indispensáveis.
Como esses profissionais não possuem capacitação adequada - tanto em odontologia e, especialmente, em odontogeriatria -, é fundamental que o cirurgião-dentista se aproxime e o mantenha abastecido com informações.
Cada caso clínico demanda atenção individualizada. Portanto, o profissional da odontologia deve personalizar as instruções de acordo com as necessidades do paciente. Contudo, alguns cuidados são genéricos, como a limpeza detalhada dos dentes, próteses, língua (inclusive com limpador específico) e mucosas.
Um cuidador atento é de grande ajuda para o cirurgião-dentista. Ele cria um canal de comunicação informal com seu paciente. Se não houvesse essa condição, certamente, o idoso estaria impossibilitado de expressar claramente seu desconforto ao odontogeriatra.
É fundamental criar esse vínculo entre cuidador e profissional da odontologia. Assim, pode-se antecipar possíveis problemas e evitar casos emergenciais.
O Dr. Fernando Brunetti Montenegro é mestre e doutor pela Faculdade de Odontologia da USP, coordenador de cursos de especialização em Odontogeriatria na ABO-SP e no Nap Instituto de Ensino Superior, responsável por Odontogeriatria em diversos sites científicos brasileiros e coordenador odontológico na Casa dos Velhinhos Ondina Lobo.
Fonte: Site ABO (Associação Brasileira de Odontologia)
Data da Notícia | 06/03/2017
O Brasil está
envelhecendo mais rápido do que os outros países, afirma estudo da Organização
Mundial da Saúde. Atualmente, 12,5% da população nacional é composta por idosos
- mas, até 2050, essa porcentagem deve saltar para 30%. A partir destes
números, pode-se afirmar que a odontogeriatria é uma especialidade em expansão.
Problemas bucais
mais frequentes na terceira idade
Abaixo, o cirurgião-dentista Fernando Brunetti Montenegro, membro da ABO e coordenador odontológico da Casa dos Velhinhos Ondina Lobo, enumera alguns dos problemas bucais mais diagnosticados na terceira idade:
• Periodontais: gengiva e osso de suporte;
• Cáries: especialmente interproximais e de raiz;
• Negligência no cuidado e na substituição periódica das próteses;
• Mau hálito e implicações estéticas, como dentes quebrados ou ausentes: estes quadros tendem a afastar o idoso do convívio social;
• Sinais de câncer na cavidade bucal: geralmente, como metástase de outros pontos do corpo.
Entenda a
hiposalivação e suas consequências
Os números impressionam: alguns idosos chegam a ingerir até 20 medicamentos por dia para tratar problemas de saúde como diabetes, hipertensão, reumatismo e doenças cardíacas. Segundo Montenegro, a combinação de tantos fármacos - e seus efeitos colaterais - tende a causar prejuízos à saúde bucal.
A hiposalivação fisiológica acomete todos os idosos, devido ao fato de eles ingerirem menos alimentos do que pessoas mais jovens. É uma adaptação do corpo a uma situação clínica. Mas, quando combinada à hiposalivação causada por medicamentos, o resultado é uma crítica redução do fluxo salivar.
Problemas
decorrentes
As consequências podem incluir até mesmo um quadro de anemia: com a boca mais seca, a prótese dentária pode se soltar, levando o paciente a mudar drasticamente sua dieta.
É preocupante, ainda, a reinfecção pulmonar em casos de pneumonia. Ao tossir, as bactérias dos pulmões devem sair pela boca. Porém, devido à hiposalivação, estes microrganismos podem se alojar na parte posterior da língua, que já apresentava um alto número de bactérias.
O baixo fluxo salivar intensifica os riscos de aparecimento de cáries. Já as mucosas, quando ressecadas, tornam o uso de próteses mais doloroso, devido à falta da película de saliva para amenizar a fricção contra o tecido. A digestão também é comprometida, pois os alimentos são mastigados com menor eficácia.
Má higiene bucal
pode levar ao diabetes e à hipertensão
Muitos idosos notam que não conseguem sentir o gosto dos alimentos e, assim, colocam mais açúcar e sal nas receitas que preparam. O resultado são casos de diabetes e hipertensão que poderiam ser evitados com cuidados simples.
Além de utilizar a escova de dentes e o fio dental, é preciso ter em mãos um limpador lingual de plástico, que alcança regiões mais difíceis. Desta forma, as papilas gustativas trabalham melhor e têm uma percepção mais apurada dos sabores.
Cuidadores são elementos
indispensáveis à odontogeriatria
Algumas pessoas com mais idade têm mais dificuldade para compreender e assimilar as orientações que os odontogeriatras transmitem. Para resolver esta questão, os cuidadores se tornam elementos indispensáveis.
Como esses profissionais não possuem capacitação adequada - tanto em odontologia e, especialmente, em odontogeriatria -, é fundamental que o cirurgião-dentista se aproxime e o mantenha abastecido com informações.
Cada caso clínico demanda atenção individualizada. Portanto, o profissional da odontologia deve personalizar as instruções de acordo com as necessidades do paciente. Contudo, alguns cuidados são genéricos, como a limpeza detalhada dos dentes, próteses, língua (inclusive com limpador específico) e mucosas.
Um cuidador atento é de grande ajuda para o cirurgião-dentista. Ele cria um canal de comunicação informal com seu paciente. Se não houvesse essa condição, certamente, o idoso estaria impossibilitado de expressar claramente seu desconforto ao odontogeriatra.
É fundamental criar esse vínculo entre cuidador e profissional da odontologia. Assim, pode-se antecipar possíveis problemas e evitar casos emergenciais.
O Dr. Fernando Brunetti Montenegro é mestre e doutor pela Faculdade de Odontologia da USP, coordenador de cursos de especialização em Odontogeriatria na ABO-SP e no Nap Instituto de Ensino Superior, responsável por Odontogeriatria em diversos sites científicos brasileiros e coordenador odontológico na Casa dos Velhinhos Ondina Lobo.
Fonte: Site ABO (Associação Brasileira de Odontologia)
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